A Geofisica é uma ciência voltada à compreensão da estrutura, composição e dinâmica do Planeta Terra, sob a ópca da sica. Invesga as propriedades sicas dos materiais, através de equipamentos específicos e dos conhecimentos teóricos das leis da matemáca e da física.
As principais medidas que a geosica uliza em seus estudos são os fenômenos elétricos, sísmicos, magnécos, gravitacionais, térmicos e radioavos dos materiais.
De uma maneira geral, os métodos geofisicos fornecem informações muito úteis para o reconhecimento geológico do substrato, sendo analisadas e interpretadas
para a idenficação dos pos de rocha, padrão de fraturamento, grau de alteração, entre outras propriedades.
Para o estudo geológico-geotécnico das hidrelétricas, os métodos geofisicos mais ulizados e, que fornecem excelentes informações, são os elétricos e os sísmicos apresentados a seguir.
Métodos Elétricos
SEV - Sondagem Elétrica Vertical
CE - Caminhamento Elétrico
Métodos Sísmicos
SRR - Sísmica de Refração
SRF - Sísmica de Reflexão
Métodos Elétricos
Os métodos elétricos ulizam da propriedade da conduvidade ou resistência elétrica dos materiais do substrato para a sua caracterização.
Como a matriz dos solos e das rochas em geral são isolantes, a condução da corrente elétrica é eletrolíca, no qual se dá predominantemente pela condutividade iônica na água dos poros interconectados dos sedimentos e das fraturas dos maciços rochosos. Os íons que conduzem a corrente resultam da dissociação de sais na água. A salinidade das águas de percolação é fator importante na determinação da conduvidade elétrica de uma rocha ou sedimento. As coberturas sedimentares podem comportar-se como condutoras quando saturadas em água, ou podem apresentar alta resisvidade quando o nível d'água é profundo.
Quanto maior a porosidade, maior a quandade de água que pode percolar o meio e então maior será a conduvidade elétrica do nível invesgado. A textura da rocha ou sedimentos é também um forte condicionante da resisvidade elétrica do meio.
Um fator importante para a prospecção geoelétrica é o efeito dos minerais de argila sobre a resisvidade. As parculas de argila constuem um caminho adicional de condução de corrente elétrica, além do caminho normal pelo eletrólito. A resistência deste caminho
adicional é muito baixa. Este efeito dos minerais de argila é muito significavo, devido à grande capacidade de troca iônica destes minerais.
Nas rochas isolantes como os granitos, basaltos, calcários, gnaisses, entre outras, a conduvidade elétrica se dá pela água de percolação das fraturas. Então, genericamente, quanto mais fraturada a rocha, maior é a tendência da conduvidade elétrica.
Na Formação Serra Geral, que é formada basicamente por Basaltos Maciços, Basalto Amigdalares e Brechas Basálcas, os métodos elétricos fornecem excelentes resultados, pois, além da água percolação das fraturas, as camadas de Basalto Amigdalar e Brecha
Basálca geralmente possuem elevada porcentagem de água, destacando-se então no perfil geoelétrico.
Princípio matemático
Uma corrente elétrica (I) é injetada no solo através de dois eletrodos (A e B), e a diferença de potencial gerado (ΔV) devido à passagem desta corrente é medida através de outros dois eletrodos (M e N).
Com as informações de V e I conhecidas pela leitura do equipamento, aplica-se a Lei de Ohm para idenficação da Resistencia Elétrica R, conforme equação abaixo.
Conhecendo-se também a geometria referente à distribuição dos eletrodos em supercie (dada pelo parâmetro K), calcula-se a Resisvidade elétrica Aparente (ρ ) conforme equação abaixo.
Principais técnicas elétricas
A concepção das técnicas de invesgação são as mesmas, no qual uma corrente é injetada no substrato entre dois eletrodos (A e B) e a voltagem é medida entre dois outros eletrodos (M e N). A razão entre a voltagem medida e a corrente transmida constui a impedância da porção da terra através da qual a corrente se propaga.
As principais técnicas de invesgação ulizadas são as Sondagens Elétricas Verticais - SEV e o Caminhamento Elétrico - CE, descritas a seguir.
SEV – Sondagens Elétricas Vertical
A Sondagem Elétrica Vercal é assim nomeada, pelo fato de ser uma técnica que invesga o substrato vercalmente a parr de um ponto no terreno, similar a uma Sondagem Rotava. Consiste em uma série de medidas de resisvidade aparente efetuadas com um arranjo em que se promove uma separação crescente entre eletrodos de emissão (A e B) e de recepção (M e N). A Figura abaixo esquemaza a execução de uma SEV com arranjo Schumberger.
Na figura 1 ilustra-se o arranjo de eletrodos chamado Schlumberger, que é o mais utilizado na SEV. A caracterísca principal da SEV é que o centro do arranjo permanece fixo (M e
N) enquanto a distância entre os eletrodos de corrente (A e B) é aumentada. A profundidade de invesgação cresce com o aumento da distância AB. A seção vercal de resisvidade assim determinada é atribuída ao ponto central da SEV. Os dados são apresentados em gráficos bilogarítmicos da resisvidade aparenta pela distância AB/2 (figura ao lado). A modelagem e interpretação da curva de resisvidade aparente é feita
com base na profundidade (unidimensional) similar a um perfil individual de sondagem
conforme demonstrado na figura ao lado.
A técnica da SEV é indicada para a invesgação das variações subhorizontais dos materiais como:
Idenficação do Nível da Água
Idenficação da profundidade da rocha (topo rochoso)
Idenficação do contato de rochas sub-horizontais, como Basalto e Brecha; Basalto e Arenito; Arenito e Folhelho, etc.
CE – Caminhamento Elétrico
O Caminhamento Elétrico ou, também conhecido como Imageamento Geoelétrico, é a técnica ulizada para detectar variações laterais, sendo muito adequado para detectar
contatos geológicos vercais ou inclinados, zonas de falha, diques, blocos de rochas, entre outras variações, ao longo de uma linha de caminhamento no terreno (modelagem
bidimensional – 2D).
O arranjo de eletrodos mais ulizado para esta técnica é o Dipolo-Dipolo que, consiste em colocar os eletrodos de emissão (A e B) em um ponto e os eletrodos de recepção fora, em direção do caminhamento, conforme exemplificado na figura abaixo.
Com as informações obdas pelo CE são geradas as Pseudo-Seções de Resisvidade Elétrica Aparente que apresentam os valores medidos, conforme figura.
A partir da pseudo-seção, é realizado então a interpretação para a modelagem geológica,
subdividindo a seção em unidades litológicas, zonas de falha, entre outros materiais conforme figura abaixo.
Métodos Sísmicos
Os métodos sísmicos têm por objevo estudar a distribuição em profundidade do parâmetro
velocidade de propagação das ondas acúscas, que está inmamente relacionado com as
caracteríscas sicas do meio geológico, tais como densidade, constantes eláscas, porosidade, composição mineralógica e química, conteúdo de água e tensão de confinamento.
A importância destas caracteríscas, nos estudos geológico-geotécnicos de maciços,
garantem aos métodos sísmicos grande aplicabilidade na Geologia de Engenharia. Além disso, no ensaio sísmico, amostram-se volumes representavos e nãoperturbados
do maciço, o que não ocorre com ensaios de laboratório realizados em pequenas amostras.
Os fundamentos dos métodos sísmicos, esquemacamente ilustrados na figura ao lado, estão baseados no princípio de propagação das ondas acúscas num meio sólido. Sinais acúscos são emidos na supercie e se propagam através das camadas geológicas, retornando à supercie ao sofrerem reflexão ou refração total nas interfaces, sendo
captados por sensores denominados geofones. Um equipamento de registro, o
sismógrafo, capta os sinais recebidos pelos sensores, gravando-os em forma digital.
As principais técnicas sísmicas ulizadas para projetos de
hidrelétricas são:
Sísmica de Reflexão
Sísmica de Refração
SÍSMICA DE REFRAÇÃO - SRR
A Sísmica de Refração tem sido aplicada largamente nos projetos de hidrelétricas, principalmente para a determinação da profundidade do topo do embasamento rochoso e das espessuras das camadas sotopostas ao embasamento, além de fornecer informações quanto a escarificabilidade dos maciços rochosos.
Esta técnica consiste de medições de tempo de propragação das ondas acúscas que viajam através dos meios subjacentes e refratam ao longo das interfaces com meios de maior velocidade de propagação, retornando à supercie onde são captadas pelos geofones, adequadamente distribuidos, conforme ilustrado na figura a baixo. Os dados obdos são plotados em gráficos (Tempo X Distância) que, devidamente interpretados, fornecem os parâmetros de interesse ao projeto.
O método Sísmico de Refração uliza fontes de energia de natureza impulsiva que produzem deformações eláscas no meio, gerando ondas acúscas que se propagam através das diferentes interfaces geológicas. Para a geração das ondas, atualmente uliza-se de marretadas no substrato.
SÍSMICA DE REFLEXÃO - SRL
A técnica Sísmica de Reflexão constui uma importante ferramenta de invesgação profunda há algumas décadas. Porém, somente a parr de 1980, com avanço da microeletrônica e dos microcomputadores, este método passou a ter também aplicações na invesgação rasa (profundidades inferiores a 30 m), fornecendo subsídios fundamentais à invesgação geológico-geotécnica.
O princípio do método baseia-se na propagação, através das camadas geológicas subjacentes, do sinal acúsco emido na supercie. Um conjunto de geofones é fixado na supercie ao longo de uma linha com objevo de registrar o sinal de retorno. A energia emida se irradia esfericamente a parr do ponto de origem, penetrando nas camadas subjacentes. Parte desta energia retorna à supercie, ao angir setores com contraste de impedância acúsca, produto da densidade e da velocidade de propagação de ondas acúscas num meio. Quanto maior este contraste, maior será a energia de retorno do sinal. Sedimentos inconsolidados, depositados diretamente sobre o embasamento rochoso, proporcionam contrastes de impedância nidamente definidos nos registros da sísmica de refração.
Normalmente, o substrato geológico é composto por várias camadas, o que proporciona a geração de uma série de reflexões, conforme ilustrado na Figura.
ENSAIOS CROSS-HOLE
O ensaio Cross-Hole consiste na geração de ondas sísmicas em um furo de sondagem e seu registro em um ou mais furos adjacentes. O objevo deste procedimento é captar
as ondas longitudinais e transversais que se propagam em subsupercie sem que elas sofram os fenômenos de refração e reflexão, pois os mesmos podem mascarar os
sinais de interesse. Os resultados obdos permitem calcular os módulos de elascidade das rochas, para serem ulizados no planejamento de fundações em projetos de engenharia.
ENSAIOS DOWN-HOLE
O ensaio Down-Hole é ulizado para determinação da variação da velocidade da onda cisalhante in situ com a profundidade. Neste método é medido o tempo de trajetória das ondas entre a supercie e pontos no interior da massa de solo.
Neste estudo se faz necessário apenas um furo de sondagem ou o uso de uma ferramenta de penetração para a instalação do sensor no interior do solo. Do mesmo modo que o Cross-Hole, os resultados obdos no ensaio Down-Hole permitem calcular os módulos de elascidade das rochas, para serem ulizados no planejamento de fundações em projetos de engenharia.
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