O risco é inerente à maioria das atividades humanas. Em linhas gerais, riscos significativos podem estar associados a acidentes de vários tipos. Sendo que os riscos podem ser naturais (terremotos, deslizamentos de terra), biológicos, de segurança ou estrutural (falha da estrutura da barragem).
Nas últimas décadas, diversos procedimentos formais de avaliação e gerenciamento de risco foram desenvolvidos com o objetivo de se obter segurança operacional aos empreendimentos. Assim, como a mineração é tida como uma indústria de alto risco tanto com relação à segurança quanto a questões financeiras, adotou-se como procedimento padrão a adoção de medidas de gerenciamento de risco.
Em geral, o desenvolvimento de abordagens de gestão de risco foi acionado por grandes desastres que entraram no domínio público. Permitindo, assim, a criação de padrões nacionais, códigos para uma variedade de aplicações e requisitos formais para a implementação de procedimentos de gestão de risco como parte dos processos de governança corporativa.
Se usado de forma eficaz, o gerenciamento de riscos pode ser uma ferramenta poderosa para a tomada de decisões. No entanto, para ser eficaz, requer percepção e compreensão detalhada da gama de riscos envolvidos no empreendimento. Além disso, o desenvolvimento e implementação da avaliação de risco e procedimentos de gestão de risco requerem comprometimento do pessoal envolvido com grande destaque à liderança, que deverá incentivar a adoção de tais procedimentos.
Assim, uma avaliação de risco adequada deve ser iniciada pela definição do contexto ao qual a barragem está inserida. Logo, este contexto inclui a avaliação de elementos externos e internos, além de se determinar o contexto de gerenciamento de riscos, os critérios de risco e a estrutura a qual o risco estará sendo monitorado.
Portanto, definir o ambiente externo em que o empreendimento está inserido significa considerar a relação entre a estrutura e os eventos externos. Logo, deve-se identificar os principais impulsionadores do negócio, as partes interessadas e suas percepções do empreendimento, da empresa, além de aspectos sociais, regulamentares, ambientais, culturais, competitivos, financeiros e políticos. Normalmente, muitas dessas questões não são consideradas como competência da engenharia geotécnica, mas, quando o risco de falha geral de uma estrutura está sendo avaliado, elas precisam ser consideradas.
Já estabelecer o contexto interno requer uma compreensão da própria barragem. Também envolve um entendimento das partes interessadas, da cultura da organização (incluindo sua tolerância ao risco) e da estrutura e capacidades da organização em termos de pessoas, sistemas, processos e acesso ao capital. Isso pode influenciar os controles ou tratamentos usados para limitar a probabilidade ou consequências de falhas, por exemplo.
Por outro lado, estabelecer o contexto de gerenciamento de risco implica em definir os objetivos, limites e escopo do processo de gerenciamento de risco para a atividade ou parte da organização em questão. No caso da Barragem, os objetivos geralmente são maximizar a segurança. Esta etapa também envolve a definição das funções e responsabilidades de várias partes da organização e dos indivíduos que participam do processo de gerenciamento de riscos, os recursos necessários e os registros a serem mantidos.
E, por fim, o desenvolvimento de critérios de risco permite identificar os itens operacionais, técnicos, financeiros, sociais, legais, ambientais contra os quais o risco geotécnico deve ser avaliado. Em uma Barragem, os riscos geotécnicos são principalmente riscos de segurança.
Figura 2. Estrutura de implementação e operação da Gestão de Risco.
Quais são as etapas de um Processo de Gestão de Riscos?
Trata-se de um processo de trabalho de natureza permanente, estabelecido, direcionado e monitorado pela alta administração, aplicável em qualquer área da organização e que contempla as atividades de identificar riscos, analisar riscos, avaliar riscos, decidir sobre estratégias de resposta a riscos, planejar e executar ações para modificar o risco, bem como monitorar e comunicar, com vistas ao efetivo alcance dos objetivos da instituição.
Por meio da referida definição, constata-se que a Gestão de Riscos é uma ferramenta que tem como objetivo final fazer com que as Instituições atinjam seus objetivos. Segundo a ISO 31.000 de 2009 o Processo de Gestão de Riscos possui as seguintes etapas:
Figura 3. Etapas da Gestão de Risco.
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