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O sensoriamento remoto é uma tecnologia indispensável na atualidade, utilizada para observar, coletar e interpretar informações sobre a superfície terrestre e a atmosfera sem a necessidade de contato direto com os objetos ou áreas estudadas. Essa técnica se baseia na aquisição de dados a partir de sensores instalados em plataformas terrestres, aéreas (balões, aeronaves e drones), orbitais (satélites) e outros dispositivos que capturam informações em diferentes intervalos do espectro eletromagnético.
Florenzano (2013) define sensoriamento remoto como a tecnologia que permite obter imagens – e outros tipos de dados – da superfície terrestre, por meio da captação e do registro da energia refletida ou emitida pela superfície.
Uma das grandes vantagens do sensoriamento remoto é sua capacidade de monitorar grandes extensões territoriais de forma rápida e eficiente, o que permite sua aplicação em diversas áreas do conhecimento. Seja para mapear florestas, monitorar recursos hídricos, acompanhar fenômenos climáticos ou estudar o uso e ocupação do solo, as ferramentas de sensoriamento remoto oferecem dados valiosos para análises detalhadas e para o apoio à tomada de decisão.
Entendendo as diferenças entre Dados Matriciais e Dados Vetoriais
Os dados espaciais, em SIG, têm dois formatos primários (arranjo de dados para
armazenamento ou apresentação): raster/matricial e vector/vetorial. O formato matricial é
baseado numa estrutura de grade de células, enquanto o formato vetorial é mais parecido
com um mapa de linhas. Ha apenas poucos anos atrás, os SIG eram dedicados a uma ou
outra estrutura de dados, mas os sistemas atuais integram ambas. Cada formato de dado tem suas vantagens e desvantagens, e os profissionais de SIG reconhecem que em muitos
projetos há a necessidade de ambas.
Imagem e Dados Raster/Matricial
As imagens raster são uma base para representar os dados captados por sensores de sensoriamento remoto, como imagens de satélite e fotografias aéreas. Eles armazenam informações espaciais em um grau de pixels, onde cada pixel contém um valor que pode representar intensidade luminosa, refletância espectral ou outras variáveis ambientais.
No formato matricial, a imagem gerada tem uma estrutura de células de grade. A cada célula da grade uma identidade de feição única é atribuído, normalmente um número (ex., montante de chuva, ou um código numérico de uma categoria de uso do solo) ou um rótulo textual (um nome ou um código de letras). A célula é a unidade mínima de mapeamento, o que significa que é o menor tamanho com que qualquer feição da paisagem pode ser representada e mostrada.
Todas as feições na área de uma célula são reduzidas a uma simples identificação de célula. Isso significa que todos os objetos presentes na região coberta por uma célula é acumulada e combinada em uma única identificação; isso é uma generalização da paisagem e de suas feições. Por exemplo, se uma célula cobre uma região de 100x100m, toda informação da terra interna é codificada com um único valor (embora seja possível usar um código que denote duas ou mais feições específicas).
Pelo fato de o valor ou código de uma célula representar todas as feições dentro de uma grade, este não mantém corretos o tamanho, a forma ou a localização, para feições individuais. Um rio, por exemplo, de fato é mais estreito do que uma célula, mas somente uma célula inteira pode ser codificada como rio, assim, o rio apareceria mais largo do que realmente é. Também se deve notar, a mudança na forma do rio, que se tornaria mais geométrica do que sinuosa (curva) devido a sua representação por células quadradas.
Características no Contexto :
Base em Dados Contínuos : Ideal para representar superfícies contínuas, como elevação do terreno (Modelos Digitais de Elevação - MDE), temperatura ou cobertura do solo.
Espacial : A qualidade da imagem raster depende diretamente da resolução espacial do sensor (tamanho do menor objeto detectável). Por exemplo, uma imagem com resolução de 10 metros significa que cada pixel representa uma área de 10m x 10m no terreno.
Aplicações :
Monitoramento ambiental (desmatamento, mudanças no uso do solo).
Estudos climáticos e hidrológicos (temperatura da superfície, umidade).
Detecção de áreas urbanizadas ou agrícolas.
Vantagens :
Representação específica de especificações contínuas.
Permite análise espectral, como diferenciação de tipos de vegetação ou solos.
Limitações :
Perda de detalhes ao ampliar ou reduzir.
Altos requisitos de armazenamento para imagens de alta resolução.
Imagem e Dados Vetoriais
Por definição, vetores são elementos de dados que permitem descrever posição e direção. Em SIG, um vetor é a representação gráfica de feições como mapa, sem o efeito de generalização de uma grade matricial. As linhas são analógicas, isto é, não são quebradas em células ou em fragmentos, mas são contínuas do seu início ao seu final. Portanto, a forma representada é mais acurada, como um mapa real. De fato, os dados vetoriais são muito mais acurados do que os dados matriciais.
Diferentemente das imagens raster, as imagens geométricas representam os dados espaciais por meio de formas geométricas como pontos, linhas e polígonos, que são definidos por coordenadas matemáticas. No sensoriamento remoto, elas são frequentemente derivadas ou sobrepostas às imagens raster para representar feições específicas.
Características no Contexto :
Base em Dados Discretos : Ideal para representar feições pontuais, lineares ou áreas delimitadas, como rios, redes de drenagem, limites de vegetação, estradas ou áreas protegidas.
Precisão Geométrica : As formas de manter a precisão, independentemente do nível de ampliação ou redução.
Aplicações:
Delimitação de Áreas de Preservação Permanente (APPs).
Mapas temáticos (uso e ocupação do solo, infraestrutura).
Modelagem de redes hídricas ou rodoviárias.
Vantagens :
Dados compactos e precisos.
Facilidade de edição e manipulação.
Permite integração com bancos de dados geoespaciais (GIS).
Limitações :
Não é adequado para representação de superfícies contínuas ou variações suaves.
Os dois formatos são frequentemente usados de forma integrada em aplicações de sensoriamento remoto. Por exemplo: uma imagem raster de satélite pode ser comprovada para identificar diferentes classes de uso do solo, enquanto as áreas identificadas são convertidas para vetores (polígonos) para geração de mapas temáticos ou delimitação de zonas de interesse. Igualmente modelos de elevação em formato raster podem ser combinados com redes de desvio em vetor para estudos hidrológicos. Essa integração possibilita análises planejadas e precisas, fornecendo informações valiosas para a gestão ambiental, planejamento urbano e monitoramento de recursos naturais.
Com o avanço tecnológico, os sensores modernos estão cada vez mais precisos e diversificados, possibilitando a coleta de dados em alta resolução espacial, temporal e espectral. Além disso, os avanços em processamento de dados e modelagem computacional têm ampliado as possibilidades de análise, permitindo aplicações cada vez mais complexas e interdisciplinares.
Ainda segundo Florenzano (2013), as imagens de satélites permitem enxergar e descobrir o planeta Terra de uma posição privilegiada. Elas proporcionam uma visão sinóptica (de conjunto) e multitemporal (em diferentes datas) de extensas áreas da superfície terrestre. Por meio delas, os ambientes mais distantes ou de difícil acesso tornam-se mais acessíveis. Em outras palavras, as imagens obtidas por sensoriamento remoto possibilitam ampliar nossa visão espectral (para além da luz visível), espacial e temporal dos ambientes terrestres, o que as torna imprescindíveis para os mais variados fins.
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